Intertextualidade

19 nov

Acontece quando há uma referência explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer com outras formas além do texto, como na música, pintura, filme, novela, etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextualidade e ela apresenta-se explicitamente quando o autor informa o objeto de sua citação.  A intertextualidade pode ocorrer afirmando as mesmas idéias da obra citada ou contestando-as. Há duas formas: a Paráfrase e a Paródia.

PARÁFRASE

Aqui, as palavras são trocadas, porém a idéia do texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, reafirmar os sentidos (ou alguns sentidos) do texto citado. É dizer com outras palavras o que já foi dito.

Exemplo:

Texto Original:

Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.

(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).

Paráfrase:

Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!

(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).

 –> Aqui o poeta Carlos Drummond de Andrade retoma o texto primitivo conservando suas ideias, não há mudança do sentido principal do texto que é a saudade da terra natal.

PARÓDIA

A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes.

Exemplo:

–> Aqui, Maurício de Sousa, cartunista, faz uma paródia com um de seus famosos personagens (Chico Bento) de um quadro do pintor brasileiro Almeida Junior.

Hipertexto

19 nov

É um texto sem ponto fixo de entrada e de saída, sem uma hierarquia pré-determinada, sempre expansível e literalmente sem limite. Não são só textos estanques, mas textos relacionados (“linkados”) com outros textos, por sua vez relacionados com outros, numa cadeia de ligação sem fim. Textos em que, como referência, o leitor pode encontrar não apenas o nome de uma outra obra e a indicação de uma página, mas o texto da própria obra referida.

Exemplos:

A) NOSSO BLOG é um exemplo de hipertexto, em alguns posts o leitor irá se deparar com links que o levarão a outros posts para complementar os assuntos tratados.

B) No exemplo abaixo, trata-se do site do cantor Chico Buarque. Na imagem está esquematizado os links para outras páginas, que permite um maior conhecimento sobre os assuntos relacionados ao cantor. (Note que ao clicar sobre o termo Chico Buarque você será imediatamente redirecionado ao site).

Hiperonímia & Hiponímia

19 nov

HIPERONÍMIA

Trata-se de uma palavra que dá ideia de um todo, do qual se originam várias partes ou ramificações.

Exemplo:

A palavra “RELIGIÃO” é um todo, ao qual estão ligados todos os tipos de religião: Católica, Judaica, Taoísta, Islâmica…

HIPONÍMIA

Trata-se da palavra que indica cada parte ou cada item de um todo.

Exemplo:

As palavras Rosa, Margarida, Orquídea e Gérbera constituem um caso de Hiponímia, visto que cada uma delas constitui um todo, e neste caso será a palavra “FLOR”.

Já ouviu falar em Polissemia?

19 nov

O prefixo POLI significa multiplicidade de algo, no caso da Polissemia trata-se da diversidade de significados que uma palavra pode ter de acordo com o contexto em que se insere.

Exemplos:

“O rapaz é um tremendo gato!”

“O gato do vizinho é peralta.”

“ Na minha rua tem gatos de energia por toda a parte.”

Nas três frases acima, a palavra “GATO” aparece, porém com significados diferentes:

Na primeira, se refere à beleza do rapaz, um elogio a ele;

Na segunda, se refere ao animal em si;

Na terceira, se refere a um tipo de roubo de energia elétrica.

Figuras de Palavra

19 nov

Ao falarmos em Figuras de Palavra estamos nos referindo ao emprego de um termo com sentido diferente daquele convencionalmente empregado. Ao utilizar essa ferramenta estamos buscando um efeito mais expressivo (mais forte) na comunicação.

Metáfora e Metonímia são dois exemplos de Figuras de Palavras. Saiba mais sobre eles:

METÁFORA

Nesse caso, utilizamos uma palavra fora do seu sentido básico. Na metáfora, um termo substitui o outro através de uma relação de semelhança – semelhança essa que é resultado da subjetividade. Então, Metáfora é a alteração do sentido de uma palavra ou expressão, é a busca de uma relação de semelhança entre dois termos.

Exemplos:

Encontramos a chave do problema. (Nesse caso, a palavra chave está sendo usada com o sentido de “resolução”, “solução” do problema, afinal, problemas não têm chave, mas sim solução).

“Amor é fogo que arde sem se ver” (Aqui, o termo fogo mantém seu sentido real de surgimento de calor – resultado da combustão de matérias inflamáveis. Além disso, ele possui seus sentidos figurados como paixão, sofrimento, ardor, fervor, etc).

METONÍMIA

Aqui, utilizamos uma palavra com seu sentido alterado, modificado. Ou seja, metonímia é a a figura de linguagem que consiste na troca de um termo por outro, onde a relação entre os elementos que esses termos designam não depende exclusivamente do indivíduo, mas sim da ligação que esses termos mantém. Há uma proximidade entre o sentido de um termo e o sentido do termo que o substitui.

Exemplo:

Eduardo adora ler Machado de Assis. (Nesse caso, Machado de Assis substitui a expressão “as obras de Machado de Assis”).

O igual e o diferente

17 nov

Você sabia que existem palavras na Língua Portuguesa que querem expressar o mesmo sentido, ou seja, dizer (praticamente) a mesma coisa? E mais! Há também aquelas que querem dizer coisas totalmente opostas. Esse grande leque de opções que nosso Português oferece é essencial para que possamos enriquecer nossos textos e até mesmo nossa fala, assim evitamos de repetir palavras e podemos nos expressar com mais clareza.

SINONÍMIA

São palavras com o mesmo sentido ou quase com o mesmo sentido, mas com formas diferentes.

Exemplos: feliz/alegre, casa/lar, magro/fino, lindo/belo/bonito…

ANTONÍMIA

São palavras de sentido contrário, oposto.

Exemplos: quente/frio, bonito/feio, gordo/magro, feliz/triste, amor/ódio…

Os Sentidos das Palavras

16 nov

DENOTAÇÃO

É o uso do signo em seu sentido real, ou seja, o uso da palavra em seu sentido original.

Exemplo: Ficamos jogando xadrez o dia inteiro. (Aqui a palavra xadrez se refere ao jogo de xadrez.)

CONOTAÇÃO

É o uso do signo em sentido figurado, simbólico, ou seja, o uso da palavra, dando-lhe outro significado, que não o original – um sentido figurado.

Exemplo: Finalmente o bandido está no xadrez. (Aqui a palavra xadrez está se referindo a prisão.)

Níveis de Linguagem (Parte II)

16 nov

REGIONAL

Esse é o tipo de fala próprio de cada região do país. Trata-se da especificidade lexical baiana, gaúcha, mineira, etc. Possui fortes aspectos de pronúncia (sotaque). Essas variações regionais também podem ser encontradas no vocabulário (tangerina, mexerica, bergamota…) ou em expressões regionais típicas (uai, sô, bah, tchê, ôxente, etc).

DE ÉPOCA

Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões

Essa linguagem traz um vocabuláio típico dos séculos XIII, XV, etc. Ao ler poemas, como os de Camões, podemos notá-la facilmente. Esses registros apresantam formas de expressão naturais de suas épocas – essas, por sua vez, chamam a atenção do leitor devido à complexidade de interpretação ou mesmo por terem se tornado palavras tão distantes para a linguagem moderna.

SOCIOLETAL

Trata-se das falas em grupo, das gírias típicas de adolescentes ou grupos sociais, do modo de falar das diferentes classes, como policiais ou até mesmo traficantes. O registro socioletal nasce naturalmente no interior de grupos homogêneos com características comuns.

Exemplos: Tá me tirando, cara! -> Presente em grupos de jovens urbanos

Níveis de Linguagem (Parte I)

12 nov

COLOQUIAL

É a linguagem do dia a dia. Podemos observá-la em situações que não exigem formalidade: um ambiente doméstico, um bate-papo entre amigos, em cartas informais, etc.

CULTO

“Veja que belos movimentos elípticos fazem essas ondas, meu caro amigo! Pega-las-emos nesse instante ou mais tardiamente?”

Essa linguagem faz uso da norma gramatical culta, prescita pela Nomenclatura Gramatical Brasileira. Com ela registram-se situações formais de comunicação, tais como textos oficiais, profissionais, acadêmicos ou literários.

TÉCNICO

Apresenta um vocabulário especializado em algum domínio ou área de formação. Esses dicionários técnicos publicam um glossário especializado em determinada área de formação, registrando uma linguagem que é adotada em manuais técnicos.

Exemplo: Dicionário Técnico Jurídico.

Saiba mais. Clique aqui.

Concepções de Linguagem

12 nov

Podemos sintetizar os diferentes modos de conceber a linguagem em três maneiras principais, veja quais:

A – Como representação do mundo e do pensamento. Nessa concepção, a linguagem é uma espécie de “espelho”, ou seja, o ser humano representa para si o mundo através da linguagem. Assim, a função da língua é representar o pensamento do homem e seu conhecimento de mundo. EU -> EU (para mim)

B – Como instrumento de comunicação. Nessa concepção, a linguagem é considerada uma “ferramenta”. Sua principal função é transmissão de informações. EU -> TU

C– Como forma de ação e interação. Nessa concepção, a linguagem é uma “atividade”, uma “forma de ação” orientada entre os sujeitos da comunicação. EU <-> TU