Acontece quando há uma referência explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer com outras formas além do texto, como na música, pintura, filme, novela, etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextualidade e ela apresenta-se explicitamente quando o autor informa o objeto de sua citação. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as mesmas idéias da obra citada ou contestando-as. Há duas formas: a Paráfrase e a Paródia.
PARÁFRASE
Aqui, as palavras são trocadas, porém a idéia do texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, reafirmar os sentidos (ou alguns sentidos) do texto citado. É dizer com outras palavras o que já foi dito.
Exemplo:
Texto Original:
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
Paráfrase:
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).
–> Aqui o poeta Carlos Drummond de Andrade retoma o texto primitivo conservando suas ideias, não há mudança do sentido principal do texto que é a saudade da terra natal.
PARÓDIA
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes.
Exemplo:
–> Aqui, Maurício de Sousa, cartunista, faz uma paródia com um de seus famosos personagens (Chico Bento) de um quadro do pintor brasileiro Almeida Junior.